VIRALIZANDO O VIL

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FOTO: Astrid Fontenele by Instagram

 

        Em tempos modernos e de inchaço total no que diz respeito aos contrastes cotidianos em diversas mídias não faltam assuntos para serem discutidos. A considerada Bola da Vez“ do momento é o vídeo ridículo, esdrúxulo e de péssimo gosto protagonizado pelos brasileiros: Diego Jatobá, Eduardo Nunes e outros não menos idiotas que os dois.

        In the modern time and when we have a lot of informations in a lot of medias there is no shortage of subjects to talk. And in this time we have the ridiculous and lousy video starred for the brazilians: Diego Jatobá, Eduardo and others two guys no less idiots than the other two.

        A intenção do texto não é entrar na discussão à respeito do vídeo em si. A ideia não é dar foco pra algo que infelizmente já foi assistido, reassistido e dito nos últimos três dias e que continua sendo enfocado. O intento do texto é realmente confrontar o que tem sido óbvio frente a divulgação em massa do que é degradante por alguns que se acham com moral suficiente para castigar os filhos que não fazem o dever de casa mas compartilham pornografia via rede social como se estivessem comendo um prato de comida com a fome de 50 mendigos.

        The text intention in not to talk about the video. The idea is give no focus for something that unfortunatly was whatched, reassessed and talked in the last three days and that continue in focus. The text intention is to confront what is beeing obviously in the mass dissemination about something that is degrading for someone that think have moral enought to punish their children who do not do their homework but share pornography in social medias as they’re eating a meal with the hunger of 50 homeless.

        O que é normal socialmente falando? O que é natural no ambiente social? O que pode ser considerado comum num meio sócio-ambiental que se constrói numa formação cultural repleta de informações e totalmente cosmopolita? As perguntas são difíceis e possivelmente necessitam de um estudo acadêmico para serem solucionadas, mas algo é certo, alguma pessoas parecem perder totalmente seus valores para participar de uma vida social que hoje parece ser mais vivida na tela do celular do que no mundo real.

        What’s normal socially speaking? What’s natural in the social environment? What could be considered comum in a in an environmental environment which is countered with a cultural formation full of information and totally cosmopolitan? The questions are difficult and maybe need some academic study to have answers, nut something is true, some people seem to lose their values to be included in a social life that today seem more lived in the mobile phone screen than in the real world.

Acredito que hoje não existam pessoas conectadas em redes sociais no mundo que não recebam todos os dias um sem fim de utilidades marginais necessárias para deixar corajoso com medo, medroso com coragem, viciado fissurado, maridos e esposas frustrados ou mesmo encorajados pra „pular de vez a cerca“. Vídeos de atropelamento, esfaqueamento, surras generalizadas, espancamentos em massa, assassinatos de gente comum, de policiais, de bandidos, carnificina geral na rua, em presídios, vídeos de sexo grupal, sexo casual, de marido traindo a mulher e de mulher traindo o marido, videos de amantes fugindo, de pessoas sendo degoladas, de gente em situação vexatória e claramente sem graça mas que como o video que inspirou esse texto faz muitos rirem sem nem pensarem que a próxima mulher a ser ridicularizada pode ser sua própria mãe, esposa, filha, irmã, enfim, pessoas que eles amam.

        I believe that currently we have no people conected in social medias around the world that don’t receive every day a lot of uselessness necessary to make the brave with fear, fearful with courage, drug addicts with cleft, husbands an wifes frustraded or with courage enought for to betray. Videos of run over, stabbing, generalized beatings, mass beatings, comum people murders, of police officers, of criminals, general carnage on the street, in prisons, group sex videos, causal sex videos, with husbands betraying the wifes, with wifes betraying the husbands, videos of lovers running away, people being beheaded, of people in vexatious situations and clearly unashamed but like in the video that inspired this text make a lot of people laugh without think about that the next victim could be their mothers, wifes, daughters, finally, people that they love.

        Há tempos numa entrevista do cantor e apresentador João Gordo para a Marília Gabriella no Programa De Frente com Gabi“ ao ser perguntado acerca de sua opinião sobre o “brasileiro ser politicamente correto para o tipo de programa que ele apresentava na MTV” (Gordo Freak Show, Garganta Torcicolo) sua resposta foi taxativa em colocar que “o brasileiro está cada vez mais fascista”:

        A long time ago in a interwiew of the singer and TV presenter João Gordo for Maríllia Gabriella in the “De Frente com Gabi Program when he was asked about his opinion about „the brazilian people to be politic correct for the kind of Program that he did in the brazilian MTV his answer was meticulous in says that “the brazilian people is increasingly fascist:

Se você ver nessas redes sociais, se você pegar os comentários das pessoas em relação à várias coisas o comentário das pessoas…são todos um bando de facistóides, o brasileiro tá cada vez pior cara!! É um preconceito facistóide, você vê as pessoas falando que tem que botar os militares […] na própria página do Ratos entram muitos desses, fãs do Ratos que são fascistas também. Tem um monte deles lá e eu expulso tudo…eu vejo lá e bloqueio todos. E é a cara do brasileiro sabe? E ele nunca foi exposto assim, isso está aí por causa das redes sociais, e isso é o pensamento do brasileiro!!”

        “If you check the social medias, if you check the people coments in relations with a loto of things the coments of the people…they’re all fascist, the brazilian people it’s getting worse!! It’s a fascist bias, you can see the people talking about ditatoship […] in the Ratos de Porão rock band page have a lot of them, fans of the band but also fascist. Have a lot of them and I put everybody out …I check and block all of them. And this is the brazilian face you know? And the brazilians never been exposed like this, this is happening now because we have the social medias, and it’s the brazilian thinking

        A foto que ilustra essa matéria poderia ser com o rosto da moça estrangeira sendo ridicularada coberto por algum efeito, mas preferi optar por esta que deixa explícita os rostos dos quatro homens que realizaram tal ato. Da mesma forma que o texto também segue em inglês pelo fato de meu blog ser visualizado em muitos países. A intenção não é praticar o revanchismo e tampouco viralizar o vil, mas mostrar para todos os que lêem estas linhas noutros lugares do mundo uma das faces que os brasileiros tem.

The photo used to illustrate this article could have the face of the young woman who was ridiculed with some effect not to be seen, but I preffer to choice this that make easy to see the face of the four guys that did it with her. In the same way that the text is translated in english because my blog is acessed in a lot of Countries. The intention is not to be revengeful and not viralize the vile, but show for everybody that read this lines around the world one of the faces that the brazilian have.

FAKEbooK

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Arte: Weeb

Sabem aquelas lembranças que vez ou outra vem à nossa memória? Nos perseguem por anos à fio e muito embora por vezes nos tragam um sorriso largo de satisfação ao recordar algo magnífico em outras situações nos fazem querer até dormir para esquecer o gosto amargo da porcaria feita…quem nunca sentiu esse gosto? Pois bem!!

Do you know the memories that some times come back to our head? Follow us for years and years and even can give us a large satisfaction smile for remember something amazing in another situations make us want go to sleep just to forget the bitter taste of the bullshit that was made…who never had this taste? So!!

Hoje me peguei pensando em algo que vez ou outra me vem à mente, coisa da época em que tinha doze anos, no início dos anos noventa…tempo bacana, os filmes “Devolta para o Futuro 3”, “Clube dos Cinco”, “Te Pego Lá Fora”, “Curtindo a Vida Adoidado” e “Conta Comigo” bombavam na Sessão da Tarde. Nessa época eu e minha família morávamos em Oswaldo Cruz e meu pai trabalhava para uma Distribuidora de Doces que foi a primeira a comercializar em larga escala os produtos argentinos Arcor no Brasil. Morávamos num quintal amplo, nos fundos da firma, e meu pai que além de motorista era conferente tinha a responsabilidade de ficar com as chaves do local.

Today I was thinking in something that some times come to my mind, something from a time that I had 12 years old, in the beguin of the 90’s…good times, when the movies “Back to The Future”, “Breakfast Club”, “Three O’clock Right”, “Leisure Rules” e “Stand by Me” were TV hits. In this time my family and I lived in Oswaldo Cruz and my father works for a Candy Distributor that was the first to sell the products of the argentine brand Arcor on a large scale in Brazil. We lived in a big backyard, behind the Company, and my father who besides to be was lecturer had the reponsabilitie of take the keys with him.

Ele tinha acesso a tudo, e muito embora isso nunca tenha sido motivo para receber um salário justo o suficiente pelas responsabilidades que tinha podíamos desfrutar do amplo terreno anexo, local onde meu velho quase sempre levava a família nos fins de semana. Enquanto ele soltava pipa minha mãe ficava lendo os romances “Sabrina” e eu e minha irmã mais nova andávamos de bicicleta ou brincávamos com os vários animais que ficavam ali. Uma imensa quantidade de galinhas, gansos e patos.

He had access to everything, and even it never was a reason to him to receive a salary failer enought for his responsabilities we can use the big attached space, where my father almost always bring the familie in the Weekends. While he played with kites my mother was reading the „Sabrina“ romances and me and my younger sister rode the bikes or played with the animal that was there. A lot of chikens, geese and ducks.

A rotina seguiu por anos até que em determinado momento meu pai parou de ir ao local aos fins de semana. Ele ficou triste, e era perceptível que algo estava acontecendo. Ele ainda tinha as chaves mas simplesmente parou de ir lá. Ouvi algumas conversas entre ele e minha mãe onde ele dizia que “tinham que descobrir quem estava roubando as galinhas”. Era isso, as galinhas do local começaram a sumir e o patrão proibiu meu pai de ir lá. Alguns vizinhos diziam que ele estava pegando as aves para comer. Apesar de eu ser apenas um menino era claro para mim que meu pai para evitar problemas passou a não mais frequentar a “área de lazer”. Pouco mais de um mês se passou e um dia num sábado pela manhã meu pai me chamou e disse “vamos lá filho, eu vou soltar pipa hoje!!” Fomos ao local e realmente algumas galinhas tinham sumido e era notável a redução no número das aves.

This routine was followed for years until in some moment my father stop to go to the place during the Weekends. He was sad, this is was easy to understand. He still have the keys, but juat stoped to go there. Some times I heard some conversations between him and mum and he always repeat that „was necessary discover who was stealing the chickens“. That’s it, the chickens of the place starts to disapear and his boss forbade him to go there. Some neighbors said to the man that Dad get the birds to eat at home. Even I was just a boy was clear for me that to don’t have more problems my Dad just stop to go there. A little bit more than three months pass and in a saturday morning my Dad said to me “come on son, lets go there. Today I will play with the kites!!” We went to the place and was a fact that some chickens really disappeared and and the reduction of birds was remarkable.

Passamos pouco mais de três horas por ali e ao meio dia enquanto meu pai estava preparando as coisas para partirmos o inesperado aconteceu. Enquanto eu brincava com uns filhotes de gato num barracão de madeira nos fundos do terreno vi uma sombra imensa passar sobre minha cabeça. Quando olhei à frente o vi…era o ladrão!! Um Gavião imenso que num bote só enganchou suas unhas em uma galinhas. Gritei meu pai que muito embora não tenha visto a cena completa ainda teve tempo de assistir a ave imensa voando vitoriosa. Mistério desvendado foi construído um galinheiro e retomamos nossas atividades de fim de semana no lugar.

We spent just over three hours there and at midday while my Dad was preparing the stuffs for we leave something unexpected happened. While I was playing with some kitty cats in a shed in the back of the place I saw a big shadow passed over my head. When I looked ahead I saw…the thief!! A big hawk that very fast caught one of the chickens. I shouted my father that even don’t watched all scene had time enought to see the big animal flying victorious. The mistery was unveiled, they built a chicken coop and we back to the weekend activities there.

E porque lembrar disso hoje? Dia 14 de abril de 2018? Pois é, hoje completa um mês que a Vereadora Marielle Franco foi assassinada junto à seu motorista Anderson Gomes no Estácio. Um dos muitos crimes ainda sem solução no Estado do Rio de Janeiro e que dentre as coisas mais horrendas envolvendo a triste história contou com uma série de notícias falsas veículadas na internet e em diversas outras redes sociais atribuindo à Marielle as maiores calúnias. Não sei o quanto as palavras aqui farão sentido para alguns dos que lêem estas linhas, o que será atribuido a mim como escritor e os comentários que como sempre surgirão em meu Blog, mas ainda é mais indicado a busca de saber o que é real à apenas reproduzir o que “parece ser o ideal” para se ter um “like” numa rede social. Marielle Presente!!

And why remember this today? In 14 of April of 2018? So, today complete one month that the Rio de Janeiro politician Marielle Franco was murdered with her driver Anderson Gomes in Estácio. One of a lot of crimes that still without solution in the Rio de Janeiro State and that in a lot of horrible things in relation with this history had a lot of Fake News in the internet attributing to Marielle to many calumnies. I don’t know how the words here will make sense for the people that will read this text, I don’t know what people will say about me and don’t know what kind of comments will appear in my Blog like always, but for sure always will be more indicated we try to know what’s real than just reproduce “the news that seems to be ideal” just to have one more “like” in the social media. Marielle Presente!!

Imagens chocantes de uma Crise regada a Champagne!!!

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De fato a coisa não se encontra fácil para ninguém no Brasil, e tanto a ida às ruas no último domingo (15 de março) como o “panelaço”  dos não-excluídos que ocorreu na segunda-feira são provas cabais disso. No entanto, não sei se só eu me pego perguntando quem são estas pessoas que foram às ruas ou mesmo os batedores de panela. Duas são as minhas curiosidades sobre os dois fenômenos: Porque as manifestações das ruas desta vez foram tão “branqueadas” e por vezes “de cabelos feitos e ao vento” e porque sendo eu morador do Morro da Babilônia no Leme só ouvi a bateção de panelas nos arredores da Rua Gustavo Sampaio e Copacabana, no asfalto?

Tenho acompanhado as postagens de um amigo no facebook e além de ter tido momentos de muitas risadas e produção de endorfina para meu organismo me pego a questionar uma série de questões que há muito fazem parte de meu cotidiano e datam desde minha vinda para a Zona Sul do Rio de Janeiro e acredito fazerem parte da maioria dos que residem na baixada, subúrbio e lugares ainda mais ermos e por aqui trabalham, estudam ou apenas vem se divertir e se apropriar da cidade. O grande camarada, professor e artista Ed Sartori tem utilizado seu perfil para uma singela brincadeira quase semanal onde o mesmo, que é morador de Botafogo, insere diversas fotos de locais públicos como bares, restaurantes e afins localizados no bairro nobre sempre lotados de gente bonita, sorridente e que parecem estar pouco se lixando para a dita “crise.”

Eu poderia dizer que o sarcasmo de meu amigo em suas tiradas é de tom ofensivo ou mesmo que é uma tremenda falta de bom senso da sua parte fazer isso com estas pessoas….expor suas imagens assim em fotos que muito embora não sejam comprometedoras exibem a intimidade delas na rede social, mas no fim das contas imagino que pessoas que paguem cerca de R$ 20,00 numa cervejinha no “The Boua” ou que despendem horas e grana no “Le Depanneur” na Rua Voluntários da Pátria não se importem tanto com um desaforo tão ínfimo desses não é mesmo? Afinal de contas, o que é um pacato morador do bairro fotografá-los sem autorização? O que importa se os passageiros dos ônibus do metrô da superfície os olham com seus rostos colados nos vidros mediante o inchaço natural dos coletivos cariocas ou mesmo que os transeuntes os observem sem entender o porque de em meio a uma crise de proporções tão “imensas” e “catastróficas” essas pessoas comumente conseguem lotar alguns locais que constam dentre os mais caros de uma cidade cada vez mais difícil de se viver frente os preços exorbitantes de tudo?

No fim das contas, o que acho mais interessante em estarmos nos colocando a indagar é não só o “porque” desta “crise” que a tantos amedronta – principalmente com toda a manutenção do medo midiática que vem sendo feita – mas a quem esta crise de fato está auferindo de forma mais contundente? Algo é mais forte em se afirmar do que dois mais dois são quatro: fotos como a que se encontra nesta postagem e que foi feita na quinta-feira dia 19 de março de 2015 e caminho para o fim do mesmo mês ilustram de forma clara que, esta crise de fato está sendo regada a Champagne, e sem um pingo de remorso pelos perdulários batedores de panelas bem servidas!!! Evoé!!!

“Sementes do Mal”, “Di Menores” e Afins

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Em cada uma de minhas postagens em meu blog tento ser claro e minimamente conciso e tendencioso ao abordar algumas temáticas. Não sei se faço isso para ser mais sucinto aos que penso ser interessante atingir e levar ao processo de reflexão, ou se realizo este movimento como exercício de escrita e reflexão para mim mesmo como escritor e defensor de alguns ideais que penso serem fundamentais no processo de consolidação de uma sociedade mais justa, mas a grande verdade é que como o camarada Márcio Corrêa questionou num dado momento “Já paraste pra pensar em quantos livros ou publicações tu lê ao ano?” No fim das contas sei que faço o que faço como válvula de escape e uma forma de militância…poucos se dão a ler blogs independentes, livros independentes e etc para dar ouvido à uma mídia televisiva que em pouco acrescenta na elucidação de nossos dilemas sociais cotidianos.

Noutro dia desses me deparei com uma postagem no Facebook (sempre o Facebook) que pode ter sido encarada por alguns como desabafo, para outros como desafeto ou ainda um imenso dissabor. E eu fico com a terceira opção. Está provado que nesta rede social cada um diz o que pensa independente da escatologia explícita ou implícita em cada fala, no entanto, a postagem que li colocava um policial militar falando sobre um amigo também policial que estava entre a vida e a morte após ser baleado num confronto no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. Até aí, nada demais numa fala que em muito fica impressa a ótica de um agente da lei que tem sua vida pautada em riscos e num descaso doravante equiparado ao mesmo descaso que a população em geral sofre (principalmente os mais desvalidos), sendo que a violência, ao menos a meu ver, ainda se encontra como a coisa mais democrática para o brasileiro atingindo a todos e em todas as camadas, uns mais e outros menos.

A grande questão é que no calor do desabafo o policial deixa o que coloco aqui como uma pérola já conhecida no meio reacionário:

Enquanto isso, intelectuais e policiólogos discutem e condenam a prisão de um menor de 6 anos, pego em flagrante roubando. O mesmo desembargador que outrora, alegando não oferecerem risco a sociedade, concedeu liberdade a 10 traficantes presos com fuzis ao invadirem um hotel em São Conrado, agora pede punição aos policias que prenderam a semente do mal de 6 anos que a tempos já germina no crime. Nos dias de hoje, ele é apenas um menor infrator vítima do sistema. Errados são os policiais que o prenderam.

Esta tudo errado cara, não é possível que ninguém perceba isso. Estamos cansados da politicagem desse Governo covarde, com nojo dessa Mídia tendenciosa e dessa Sociedade de merda que não merece o nosso suor, muito menos o nosso sangue.

A frase dita pelo agente e que em nada difere da que o Secretário de Segurança do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame disse em 2008 ao afirmar que “os criminosos do Rio trazem a cultura da violência dos ventres de suas mães” endossa a máxima de que é muito preocupante pensarmos o tipo de cidadão que estamos formando e quais nossas responsabilidades para com as crianças e jovens. Qualquer pessoa que se dá a estudar sociologia de forma séria no ciclo básico de universidades bem sabe que a cultura não é algo que o ser humano carrega no gene e sim uma construção social que se dá ao longo das vivências de cada um dentro de meios sócio-ambientais. Me lembro que quando atuei como no Projeto Bairro Educador dentro escolas públicas no Rio de Janeiro, por exemplo, por vezes vislumbrei professores tratarem estudantes com xingamentos ou descaso porque segundo os mesmos eles “não tinham mais jeito porque a mãe era craqueira e o pai estava preso.” Quantas vezes presenciei agressões físicas por parte de educadores a alguns estudantes e quantas pessoas eu ainda vejo se desresponsabilizando de orientar crianças e jovens mesmo sem ser responsáveis por eles quando temos uma Constituição que em muitos pontos enfoca que é “dever da sociedade, da comunidade e só depois da família e do poder público zelar por estes segmentos?

Me questiono cotidianamente sobre o que alguns policias pensam ser ao se formarem e ir para as ruas. Será que eles se acham super-heróis e que são a panacéia para todas as mazelas sociais? Será que não pensam que como diz o som da banda carioca “O Rappa” e isso é um fato “Também morre quem atira?” Será que a facilidade de ingresso no CFAP através de um concurso mediano é um motivador a fazer com que muitos jovens, por vezes oriundos de favelas e subúrbios cariocas ou mesmo de outros Estados ingressem nesta instituição? Ou ainda, será que não se lembram de suas origens ao abordar um cidadão dentro do seu lar e pedir a nota fiscal da TV, do aparelho de som entre outros objetos? Porque isso ainda é recorrente em muitas favelas cariocas e poucos o sabem!!

Além de todos estes questionamentos é impossível aqui não fazer menção ao fato de que a cada dia penso e repenso onde iremos parar se não formos capazes de entender que em cada minúcia de nossos atos somos capazes de fazer o melhor ou mesmo o pior para o todo e que os resultantes societários disso permanecem. Ainda não tenho filhos e isso se encontra muito longe de meus projetos pessoais por diversos fatores. Contudo, o principal deles é que só eu sendo preto, pobre e suburbano sei o que é ser uma criança e um jovem negro no Rio de Janeiro e no Brasil….só eu e outros tantos por aí!!!

LIVRO “ENFIM SUS – Diários de um Paciente num Hospital Público”

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IMAGEM: Weeb

PREFÁCIO:

Em mais uma destas passadas rápidas pela rede social (Facebook) estive lendo uma postagem de um amigo onde o mesmo relatava um fato que infelizmente ainda é bastante comum ser observado pelo Brasil: “Hoje fiz um churrasco em Vilar dos Teles, São joão de Meriti. Ao final, quando eu e meu filho nos dirigíamos para um ponto de ônibus, esperamos o sinal fechar e ele fechou. Então atravessamos a rua e para minha “surpresa”, um carro iria avançar o sinal. Freou quase que nas minhas pernas. Então, apontei na direção do semáforo e o motorista me disse: -Você quer confusão? -Você quer confusão?” Me preocupa a imprudência e a falta de respeito das pessoas. E o que é engraçado, é que o errado é o certo”.

Na última vez em que estive com Paulo Safadi, o amigo que foi o responsável por este relato, estava nas primeiras semanas de recuperação da cirurgia que realizei para reconstituir os ossos de minha tíbia e fíbula. Os mesmos sofreram uma fratura em decorrência de um grave acidente de trânsito mediante algo que o mesmo menciona acima, a imprudência. Se tivesse a possibilidade de ter discutido com ele acerca do ocorrido, com certeza teríamos tido um debate bacana, sendo o mesmo dotado de uma capacidade de percepção e senso crítico fora do comum, no entanto, minha colocação seria a de que é algo muito triste observar que muitos dos que fazem os ditos “errados” se fazerem “certos” somos nós mesmos que muitas das vezes por presa, ou até receio de uma possível retaliação nos omitimos e nos recolhemos em nossa bolha de contrastes urbanos e de vida para seguirmos em frente como se nada tivesse acontecido, até para evitar problemas maiores. Na obra “Fé em Deus e pé na Tábua” o autor Roberto da Matta discute de maneira bastante concisa e clara o fato do veículo ser concebido como um instrumento de poder, de dominação ou mesmo divisão social, fatores estes que fazem do trânsito nas grandes megalópoles brasileiras terem sido palco de uma série de desrespeitos, insultos e agressões terminando muitas vezes em mortes banais.

Eu mesmo ouvi de alguns “Deixa isso para lá!!”, “O cara que te atropelou é um major do exército. Cuidado hein!!” ou ainda, “Para de andar de moto cara, isso é perigoso!!” Sinceramente, no momento em que dou vida a este trabalho, ainda sem poder caminhar novamente por recomendação médica e impossibilidade física, me sinto parado no tempo no exato momento em que vi aquele Renault Sandero vermelho vindo em minha direção e acertando em cheio na lateral esquerda de minha motocicleta, em um cruzamento onde por lei ele deveria ter parado a aguardado minha passagem sendo eu o motorista que trafegava na via preferencial. Desde esta ocasião não tenho tido outra ideia que não fosse pensar em minha melhora, no entanto, não me vejo deixando de pensar em fazer algo, uma tentativa de ao menos de alguma forma me imbuir em um movimento social que busque não só a paz, mas a conscientização no trânsito e tecer estas linhas me trouxe uma forma de não só estar compartilhando o que me inquieta, mas também de vir a expor uma outra realidade que é inerente àquele que sofre um acidente de trânsito, principalmente os que são pobres e reféns de um descaso cada vez maior do Governo, e que quando não vem a óbito ficam à mercê do cotidiano dos hospitais públicos.

Meu acidente ocorreu no Rio de Janeiro, dia 25 de Janeiro de 2014, e permaneci internado apenas um mês e quatro dias no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Apesar de não ter sido um longo período, este tempo de internado foi suficiente para poder ter uma vivência que sem dúvida estará dentre as que nunca mais irei esquecer em toda a minha vida onde estive perto de morte desde o momento em que caí da motocicleta até as várias passagens da mesma pelo quinto andar ou ainda na enfermaria onde eu estava para ceifar mais uma vida que iria embora sem nem ter tido a dignidade de viver bem.

 

Quem paga gasolina sai de Skate, vai à pé ou de bicicleta?

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Já faz um tempo em que as eleições de 2014 se passaram. Confesso que por mais tedioso e temerário que tenha sido este processo eleitoral eu tenho tido imensas saudades de toda a galhofa das redes sociais. Muitos comentários cínicos e sarcásticos, além dos virais que estouraram durante mais de um mês no facebook, you tube e whatsapp garantindo muitas e por vezes até questionamentos da parte dos defensores mais ferrenhos de alguns segmentos políticos.

Como “o tempo passa, o tempo voa” e nem tudo continua numa boa como diziam ser a poupança do já extinto banco Bamerindos na velha propaganda televisiva, a vida dos brasileiros segue. Alguns acordam cedo, pegam no batente que mais “bate” na gente do que nos faz viver, outros acordam cedo e vão dormir tarde, brincam, fazem arte e ainda riem de você…enfim!! Independente da rotina, acredito que cada um deve levar a vida da forma que lhe é conveniente, e isso é algo que até deve ser respeitado, mas daí a perturbar a vida alheia com papos maçantes e enfadonhos acaba sendo uma forma invasiva de convivência que nem sempre é bem recebida.

Há mais ou menos dois meses atrás, um camarada de rede social realizou uma postagem que em muito me fez refletir. Ele disse:

Se você está lendo esta mensagem é porque permanece entre meus contatos. Não vejo sentido em ter tanta gente por aqui que destila ódio, que são pessoas duras e por vezes intolerantes e divergem de minhas opiniões. Parabéns por ainda estar aqui!!

Curiosamente, este camarada é um desses de rede social que classifico como daqueles que quase nunca vemos na vida mas ainda assim por ali permanecem por serem “dos nossos” sabe? Não tenho a pretensão aqui de defender uma ideia que vá ao avesso da defesa da diversidade de pontos de vista, algo de que sou um dos maiores defensores!! Por mais que seja difícil a convivência num meio onde raramente exista um consenso no que diz respeito à crença religiosa, ideais políticos e convicções filosóficas penso que é fundamental adotarmos o bom senso, por mais difícil que isso possa ser para alguns que ao menos a meu ver parecem não serem tão evoluídos a ponto de se despir de alguns dogmas ou mesmo de alguns caprichos destes que facilitam a vida dos mesmos mas que trazem transtornos a terceiros.

Cresci ouvindo que o mais importante era “ter uma boa colocação”, dessas onde você explora outrem e ao chegar em casa ou no motel onde se encontra com a (o) amante deve se portar como alguém diferente, mas ninguém me disse que poderia morrer em uma possível retaliação a esses dois atos. Passei a infância e a adolescência ouvindo que “deveria fazer uma faculdade” e hoje sou cada vez mais pressionado à ingressar numa pós-graduação. Cresci ouvindo que ter um carro era bom, uma verdadeira necessidade, e neste momento ouço e leio nas redes sociais que “quem votou na Dilma é responsável pelo aumento do combustível”, por exemplo, e sabem o que é mais interessante nesta história? Tanto os votantes quanto os não votantes do 13 não passam de uma significativa parcela que sofre de uma patologia denominada síndrome da ostentação

Numa boa, penso que a galera que tem seus carros e tem reclamado sobre os preços dos combustíveis nas redes sociais, trabalho, universidade e etc deveria adotar uma interessante medida: COMPRE MAIS UM AUTOMÓVEL….COLOQUEM MAIS CARROS AINDA NAS RUAS DO PAÍS. Quem sabe dentro do seu carrinho, no conforto do seu ar condicionado ou torrando num sol de quarenta graus alguns não possam refletir no quanto é necessário ou não ostentar um veículo em lugares onde as pistas nunca irão se alargar!!

O vício da Escrita.


 

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Algo bastante curioso é o fato de sempre me questionar acerca do “porque escrevo?” Muitas coisas me vem a cabeça!! Penso que ainda são muito poucos os que se dão a ler no Brasil, que até leem bastante postagens de redes sociais mas ainda assim não conhecem quase nada acerca da literatura brasileira e de seus tantos artistas que trazem a magia de seus escritos para nós. Penso o incômodo que me gera perceber que não li nem 10 livros por ano e penso como escritor a dificuldade que é ter que se sujeitar às desagradáveis condições que as editoras nos impõe para adentrarmos no mercado editorial brasileiro.

Muitas coisas permeiam minha mente quando penso nisso, e por vezes até achei que não iria levar este ofício à cabo, no entanto, quando penso em tudo isso existe algo que prevalece em meu imaginário…uma lembrança longínqua da época em que tinha meus quatorze anos e já fazia meus primeiros diários com as impressões de mundo e vida, algo que mantenho até os dias de hoje inclusive.

Naquela época me lembro de estar eu numa festa desta de adolescentes, e apesar de não me recordar quem era o aniversariante, me lembro ser a mesma regada a muito pagode e com umas músicas que definitivamente eram bem mais para adultos do que para nós que não passávamos de fedelhos. A festinha aconteceu em Olinda, que mesmo não sendo a mesma do nordeste também tem seus encantos como todo bairro de subúrbio e da baixada. O acontecimento que ilustra este post por fim só se deu no final da comemoração, quando todos os meninos presentes (incluindo eu mesmo e meus primos Wagner e Lucildo) pareciam estar rodeando a menina que como diria meu colega Kadu era “a fêmea alpha” local, ou seja, a mais bonitinha da festa. Como naquela época ainda não existiam as famosas redes sociais tal como foi o falecido orkut e o hoje famigerado facebook, perguntei à moçoila se poderia lhe escrever uma carta, algo que pelo seu semblante de surpresa me fez perceber que foi de seu agrado, e a mesma me cedeu seu endereço completo em um pedaço de guardanapo.

Logo após o ocorrido, me lembro da pergunta que meu primo Lucildo me fez no caminho de volta para casa “vem cá, porque você pegou o endereço dela?”, e eu de pronto respondi “para lhe escrever uma carta!!” e meu primo então me disse uma das coisas que me inquietou durante anos a fio “não sei porque você fez isso, você não é escritor!!” Passei alguns dias de minha vida me perguntando se eu era ou não escritor, ou mesmo se era preciso ser só um escritor para me comunicar com as pessoas via o uso da escrita para muitos arcaica de cartas ou toda a ortodoxia dos livros físicos. Nas primeiras saídas ainda como marinheiro surgiram os primeiros diários de viagem e os posteriores diários de outras viagens que faço até hoje e onde não deixo de registrar minhas impressões acerca dos lugares e culturas que conheço. Obviamente que naquela fase eu tinha idéias e as colocava em papel e mesmo não tendo uma obra – como ainda hoje não tenho – em um dado momento quando percebi ter a capacidade de criar e pude vislumbrar meu primeiro conto de seis páginas saído de minha mente e de minha vontade de trazer o mesmo à vida pensei “Sim, eu sou um escritor, e não há vício melhor que o da escrita!!”

Diário de Hospital – 22 de Fevereiro de 2014 (Vigésimo Oitavo dia de Internação).

Dia bastante arrastado!! Passei a manhã inteira na companhia do Sr. “J L” e do Sr. “J M”, ambos pacientes chegaram ontem à noite na enfermaria 509. Hoje o Ar Condicionado amanheceu sem funcionar.

O primeiro é morador de Santa Cruz, e acidentou-se durante o serviço. O mesmo é ajudante de caminhão numa empresa madeireira,  e ao parar para fazer uma entrega ao lado de uma ponte disse ter tropeçado em um pedaço de vergalhão que saia do chão. Ele tentou amassar o pedaço de ferro, que por estar muito deteriorado quebrou na primeira tentativa, levando o homem a cair da ponte dentro de um rio, que para seu azar estava raso demais. O Sr. “J L” quebrou o fêmur e o pé esquerdo.

Já o Sr “J M” tem 75 anos e uma séria fratura no femur da perna esquerda. Seu acidente foi oriundo ao fato de um atropelamento bastante atípico. Segundo “L”, filho e acompanhante do teimoso Sr, seu pai é assinante do Jornal O Globo faz alguns anos, no entanto, o mesmo nunca espera o entregador deixar as notícias na portaria do prédio. Segundo seu filho, acometido pela insônia, o Sr “J M” sempre acorda entre às 3:30hs e 4:00hs da manhã para ir até o depósito de Jornal que é perto da residência da família em pilares, e ali ele apanha o mesmo e permanece até o raiar do dia conversando com os funcionários do local. Entretanto, na madrugada de hoje ele parece não ter tido tanta sorte ao dobrar a esquina e se deparar com um grupo muito grande de jovens que pareciam fugir de alguém e que provavelmente estavam saindo de alguma festa ou baile. Os jovens pareceram nem enxergar o Sr que, apesar de ter seus um metro e noventa e três e ser bastante forte para sua idade foi ao solo tendo fraturado o osso que agora o coloca como mais um participante desta aventura escatológica no Hospital Salgado Filho.

Fui visitado por uma amiga que me trouxe uma samba canção, biscoitos, uma garrafa de laranjada e um esparadrapo anti-alérgico ao meu pedido. Não consigo mais utilizar os esparadrapos comuns, e os mesmos me causam bolhas horríveis não só na região onde são aplicados, mas nas proximidades também. Um outro dia achei estranho uma enfermeira trazer um destes anti-alérgicos para aplicar em minha pele e perguntei se poderia ter novamente uma outra vez, no entanto, a profissional disse que os mesmos haviam se acabado. Segundo ela, o Hospital parece ter um bom estoque, mas que alguns colegas enfermeiros e até mesmo alguns médicos infelizmente levam para utilização em outros locais.

Hoje fiquei em off do mundo exterior. Nem a rede social (Facebook) e tampouco o aplicativo Whatsapp funcionavam, ao que parecia uma pane conjunta dos mesmo e bastante justificada, sendo que, os rumores atuais mencionam a compra do segundo pelo Facebook. Achei bastante engraçado perceber o desespero de alguns via emails e sms sem saber o que fazer, e mais parecia uma síndrome de abstinência coletiva. Muito pertinente foi comentário do Tico Santa Cruz em seu Facebook ao falar algo como “As redes sociais são como um crack do mundo virtual”, nenhuma mentira de certo!!!